
“Porque antes quero que o digas tu...”
(MIL, 148)
A liturgia deste Domingo diz-nos que os 12 discípulos, no momento do Pentecostes, começaram a falar outras línguas. Temos ainda hoje os escritos de muitos daqueles que estiveram presentes naquele dia: Pedro, Tiago, João, Mateus... Todavia, alguém fundamental estava presente na hora do nascimento da Igreja, uma pessoa que sempre se expressou com uma linguagem inteiramente diferente, a linguagem do silêncio orante.
A Bíblia não regista um evangelho segundo a Virgem Maria. Mas, ainda assim, a história da Mãe da Igreja será sempre fundamental para a narrativa da salvação. A Virgem Maria não precisava somente de palavras audíveis para irradiar a sua mensagem, porque a sua presença luminosa e intercessora já comunicava o amor de Deus. Do mesmo modo, o Francisco Marto também não procurou ser o protagonista com as suas palavras, mas comunicou a sua mensagem sobretudo através da língua principal do cristão: a da súplica, da reflexão, do silêncio.
Pedimos à Virgem Mãe que nos ensine a sua língua belíssima do silêncio orante, e que nos ilumine coma a chama extraordinária do amor.
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Brittany Culver, asm
Foto: Rajes Hrajput