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III Domingo da Páscoa

O dia chegava ao fim – o evangelho de hoje narra os discípulos envolvidos na noite, em silêncio, o que não impede que fiquem a descoberto os seus sentimentos: «porque estais perturbados e porque surgem tais dúvidas nos vossos corações?», interpela o Mestre.
Ele restitui-lhes a paz e não permite que se sintam sozinhos. A luz da fé permite, ver novas todas as coisas, passar do medo à confiança, ver que o Senhor está sempre connosco mesmo nos piores momentos.
«Vede as minhas mãos e os meus pés: Sou Eu. Tocai-me» – no convite a contemplarmos as suas feridas o Mestre relembra que a vida do cristão traz as marcas do Ressuscitado, e ver as suas mãos e pés rasgados é mergulhar na essência do seu amor entregue até à morte e na fonte de Luz que ilumina as nossas dúvidas e provações.
A jovem Lúcia também fez a experiência destes discípulos:
“Disse que sim, mas agora vou dizer-lhe que me arrependi e que para aí não quero ir. Estava nesta luta, quando foi à Cova da Iria: “senti a Tua mão amiga e maternal tocar-me no ombro; levantei o olhar e vi-Te, eras Tu, a Mãe bendita a dar-me a mão e a indicar-me o caminho; os Teus lábios descerraram-se e o doce timbre da tua voz restituiu a luz e a paz à minha alma: ‘Aqui estou pela sétima vez, vai, segue o caminho’”.1
Com Lúcia, aprendemos a voltar, sempre que necessário, àqueles lugares ou momentos onde já experimentamos a Luz que é Deus. Ali, “foi-lhe restituída a paz”.
Que o Senhor nos dê a graça de dar nome às nossas feridas e medos, e que toque com a Sua Luz, restituindo em nós a Sua paz.