II.
Feliz o pobre
Que vai e repete
O corpo
Surdo e mudo
Na estrada.
Ele é feliz
Porque limpo
De alarde
E vazio
de comparação.
Feliz o pobre
Para quem a desvantagem
É cajado.
Prejuízo, uma riqueza.
Há de encontrar
o essencial.
O que simplesmente
Basta.
Uma estrada
Onde repetir
Pobre
O seu corpo.
E grato
Por tê-la,
cruzar
a promessa
de ser feliz
no pó que é.
Poema de Verónica Benedito, asm
Foto Paul Berthelon Bravo